sexta-feira, 11 de abril de 2014

África Minha | Angola - visita guiada #1


Angola está-me no sangue.
Os meus avós paternos viveram lá entre 1953 e 1975, passando por várias terras, um pouco por todo o território de Angola, onde nasceram 3 dos 4 filhos {entre eles o meu pai}. Desde sempre me lembro de ouvir as calorosas, entusiasmadas, saudosas, mas também perigosas {algumas} histórias e peripécias. Os meus avós quiseram que os netos conhecessem aqueles anos inesquecíveis da{s} sua{s} vida{s} e Angola sempre foi tema de conversa e interesse em qualquer convívio familiar. Embora nas suas histórias figurasse uma Angola completamente diferente da actual {e sempre tive consciência disso}, foi aí que começou o meu fascínio por África , nomeadamente por Angola.
Há alguns anos o meu pai voltou para lá, por onde foi ficando até agora. Com o pai a viver em Angola surgiu a oportunidade de finalmente concretizar o sonho de conhecer um bocadinho melhor esse {grande} cantinho.

A viagem que vou descrever-vos foi realizada na Páscoa de 2012, mas, na realidade, a sua planificação começou um ano antes, em 2011. Todas as fases foram sendo descritas no Me7ades...
No entanto, em 2011, eu e mano esperámos pelo visto necessário à viagem até ao dia do voo, mas não conseguimos... É um processo bastante complicado {embora agora esteja um bocadinho mais fácil} {podem acompanhar o processo e respectivas dificuldades aqui e aqui}.
Em 2012 finalmente conseguimos os vistos {aqui e aqui}.
No dia 28 de Março começou a viagem de 15 dias que nunca irei esquecer e que tenho a certeza de querer repetir.




1º Dia


A viagem e a chegada: Porto - Lisboa - Luanda


1. Voo atrasado  |  2. Sobrevoando Porto/Gaia

Depois da aflição de quase perdermos o avião Lisboa-Luanda {porque o voo Porto-Lisboa se atrasou muito}, esperavam-nos 8h de voo para acalmar e repor energias. Coisa que no meu caso não se verificou pois estava muito nervosa e sentia-me estranhíssima; descobri depois que seriam os efeitos do Mephaquin - medicamento para prevenção da malária; nessa nunca mais me apanham, venha de lá outra marca qualquer nem que custe 15 vezes mais {como é o caso do Malarone - 45€+45€ - que tomei no ano anterior e não provocou efeitos secundários}... pelo menos em mim o Mephaquin - 6€ - teve efeitos secundários fortíssimos...



Após as tais 8h a rebolar na cadeira, mudar de lugar, por de pé, voltar a sentar, venha daí mais um filme... agora uma musicola para ver se embalo... e agora WC só para ver se estico as pernas... {isto enquanto os restantes passageiros dormiam profundamente}, aterramos finalmente em Luanda, de manhã cedo, por volta das 6h00. Se tínhamos saído do Porto debaixo de chuva, ao chegar a Angola deparamo-nos imediatamente com o calor que se fazia sentir. Um calor diferente de todos os que já tinha sentido... E o cheiro da "terra"? Ainda hoje consigo sentí-lo... Foram os aspectos que melhor recordo da chegada {o ar abafado e o cheiro da terra}.
Mais uma horita e meia "escaldante" {tudo servia de leque...} no aeroporto à espera que reconhecessem os documentos de todos os passageiros... e finalmente encontramo-nos com o pai no local de chegada dos passageiros. Confesso que tinha saudades, muitas, mas estava tão ansiosa por ver as coisas "lá fora", que mal acabaram os abracinhos e beijinhos quis sair do aeroporto e respirar aquele ar.

1 e 2. "Venda" (mercado de rua)  |  3. Taxis (carrinhas Hiace azul e branca) - algumas
chegam a levar 20 pessoas e funcionam tipo autocarro,
vão fazendo várias paragens  |  4. Estrada no centro de Luanda


A chegada a Luanda é um impacto. Há tanto trânsito e um movimento tal de pessoas, buzinadelas, motinhas, motoretas, transportes esquisitos {modificados} que fiquei meia atordoada, confesso. Mas com o sentimento incrível de estar a descobrir algo completamente novo - para mim, claro. E os táxis?!? São tantos mas tantos... e vão a "rebentar pelas costuras".
Nas ruas/estradas de Luanda vende-se de tudo e mais alguma coisa, e artigos que nunca imaginaria. Desde tecnologia a sanitas, passando por alimentos, pneus, sofás... tudo o que consigam imaginar e algo mais além disso, certamente...
Em hora de ponta consegue demorar-se meia hora para fazer uns {poucos} metros de estrada... Quando ouvem falar que o trânsito de Luanda é caótico, acreditem no que vos dizem... {se bem que andando a determinadas horas não se apanha tanto movimento...}

O resto da manhã {o pouco que sobrou depois do trânsito} foi ocupado a tratar de documentos em Luanda.

Não tenho muitas fotografias deste primeiro dia em Luanda porque, na realidade, não estávamos numa de visitar, mas sim a tentar resolver uns assuntos e, portanto, a manhã foi uma correria...



{aguardem pelos próximos capítulos...}

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